O que foi, não foi e deixou de ser

Essa é a postagem das conclusões e resumo das dicas. Assim fica uma postagem menor e mais fácil de acompanhar. O pacote contemplou Fortaleza e Jericoacoara 8 dias com CVC.

A CVC

No geral, é uma ótima opção para viajar com tranquilidade. Em momento algum me senti desamparada sozinha em um lugar estranho e todos os guias são bem preparados, embora uns sejam bem melhores que outros. O pessoal dos hotéis, pousadas e passeios já conhecem todo o sistema deles então também estão sempre ali se precisar. As acomodações são ótimas, quatro e cinco estrelas em Fortaleza e pousadas confortáveis em Jericoacoara (à exceção de uma até onde eu sei, que tinha rãs, mas não sei o nome dessa).

Nos passeios os guias vão contando coisas sobre os locais, sobre a geografia e a história, fazendo piada, cantando músicas regionais, informando dos programas noturnos e dando dicas do local do passeio. O que não gostei foi na volta de Jericoacoara, que foram cinco horas de viagem em um ônibus projetado para no máximo uma hora, porque não reclinava o banco o suficiente para dormir (a cabeça ficava “pingando” quando começava a dormir), não tinha banheiro e os bancos são pequenos. Falei com a guia e ela me informou que depende do número de pessoas mas não me senti bem de receber um tratamento inferior só porque 25 pessoas não lotam um ônibus de 40.

Recomendo a CVC por toda a estrutura quase que infalível, embora não 100% perfeita (o que é 100% perfeito, certo?) e também por ser uma ótima maneira de viajar com tranquilidade quando não se conhece o local.

TAM

Nunca voei mas fiquei bem satisfeita com o atendimento da TAM. Oferecem lanche (incluso) e na volta, de brinde, deram um fone de ouvido com redutor de ruído. O fone não é bom, mas o que vale, já dizia minha querida vovó, é a intenção.
Avião balança muito então se tem problema de estômago, tome dramin. Eu tomei o rosa, que não dá sono como o branco, e fiquei na janela, parecendo uma criança olhando algo espetácular do lado de fora. O que realmente é voar acima das nuvens, simplesmente espetacular. Também levei blusa mas não usei. Acabei usando nos ônibus.

Recomendo a TAM.

Os hotéis e pousada

Na chegada a Fortaleza fiquei no Ponta Mar, quatro estrelas, na avenida da praia da famosa feira de artesanato de Fortaleza, onde foi preciso três noites para comprar com calma. Eu gostei bastante desse hotel por causa do ambiente mais familiar dele e da varanda com mesas de café da manhã de frente pro mar mas não gostei do ar condicionado do quarto por ser extremamente barulhento. Só consegui dormir porque levei protetor auricular (descartável, é macio) para reduzir o ruído e ainda assim eu ouvia o barulho… O meu quarto no nono andar foi de frente para uma rua e o barulho não chegou a me incomodar.
Recomendo mas só para quem conseguir dormir com ar condicionado barulhento.

Em Jericoacoara fiquei em uma ótima pousada, a Pousada do Norte, de frente para a Duna do Pôr-do-Sol, que é um espetáculo à parte de assistir o sol se pondo no mar. E logo na frente da pousada tem a praia, que é considerada uma das dez mais bonitas do mundo, e espaço para alugar cavalos e charretes. Como nos hotéis a pousada também tem piscina e serve um ótimo café da manhã. Redes e poltronas confortáveis estilo parabólica em todo lugar e ar condicionado silencioso. Só não entendi o cheiro do produto de limpeza que usam para os banheiros.
Recomendo essa pousada pela localização privilegiada e por estar em uma rua tranquila.

De volta à Fortaleza fiquei no cinco estrelas da mesma rede do primeiro hotel, o Seara Praia Hotel. Já aqui tenho algumas considerações a fazer, uma vez que me transferiram para lá sem nenhum custo como forma de divulgação da rede de hotéis deles. O ar condicionado é silencioso e o meu quarto foi de frente para o mar, ao lado da feira de artesanato. Acho que por estar muito perto da feirinha o barulho de alto-falantes chegava com facilidade ao décimo quarto andar, o que incomodou porque tinha barulho até por volta das 23h. Tem alguns detalhes adicionais nos quartos, como touca de banho e roupão, mas o estilo do hotel é mais impessoal que o Ponta Mar e por isso prefiro o Ponta Mar. O Seara tem piscina (pequena), sauna e jacuzzi (maior que no Ponta Mar) na cobetura, que vale a vista.
Eu só ficaria no Seara se o valor fosse o mesmo que do Ponta Mar.

Os passeios

A seqüência dos meus passeios foi: Cty Tour com Beach Park e Praia do Porto das Dunas, Lagoinha, Jericoacoara e Canoa Quebrada. O dia do City Tour e de Jeri estavam inclusos no pacote, mas os outros foram pagos a parte e no primeiro dia de passeios já fechamos o resto dos pacotes para a semana. Fiquei decepcionada porque nos dias livres não tinha nenhum passeio para Morro Branco e Praia das Fontes, que eu estava super ansiosa para ir.

– City Tour, Beach Park e Praia do Porto das Dunas
Além de muita informação, conhecemos alguns pontos de Fortaleza e um pouco da história. O Beach Park é o maior parque aquático da américa latina, cheio de coisas para todos os gostos a R$130,00 o ingresso individual. Eu já preferi ir à praia mesmo, que tem ondas fortes e buracos que fazem parte dar pé e parte não dar pé (cuidado, porque eu tomei um capote de uma onda que pulei mas não deu pé quando desci).
Daí um bugueiro me parou e perguntou se eu queria passear de buggy por ali com um casal que ele já tinha arranjado. Daí topei porque afinal eu não estava em Ubatuba pra ficar o dia inteiro na praia sem fazer nada. O valor dividido em três foi de R$50,00 pra cada e conhecemos paisagens lindas, depois fomos pra outra praia (que esqueci o nome) um pouco mais calma e sem buraco, onde fiquei o resto do dia, mas antes paramos nas rendeiras com peças lindíssimas; já comprei um chapéu aí pro resto da semana.

– Lagoinha
Um dos passeios mais divertidos no segundo dia de passeios. Já tinha me enturmado um pouco e fiquei na companhia de duas moças do Paraná. Chegando no restaurante pagamos R$35,00 por pessoa para o passeio opcional, que leva todo mundo de pau-de-arara, que é uma espécie de caminhão muito usado no passado do Ceará, e deixa em um restaurante à beira da lagoa que dava para nadar e tomar alguma coisa. Daí atravessamos a lagoa em um barco e do outro lado pegamos buggy para ver dunas e vegetação local. Um local muito animado filmou nosso passeio e colocou em um DVD com alguns extras, como história de Fortaleza e um documentário sobre as praias. R$40,00 e recomendo comprar pra guardar de recordação.
Recomendo comprar esse passeio opcional.

– Jericoacoara
O melhor do pacote, sem dúvida alguma. Fizemos check-out dos hotéis já que iríamos passar três dias em Jeri. Algumas pessoas levaram todas as malas, onde outras deixaram no guarda-volumes dos hotéis de Fortaleza. Eu levei e conferi que eles têm toda a estrutura para tomar conta das malas grandes de viagem. Cinco horas de viagem de ônibus, depois trocar de veículo para um pau-de-arara adaptado com um pouco mais de conforto, porque não tem caminho pavimentado e o transporte é todo entre dunas, vegetação e poças de água. Nesse ponto já deu para sentir como o lugar deveria ser rústico. Lá não tem caixa eletrônico, então já sabe.
Chegando em Jeri deixamos as coisas nas respectivas pousadas e fomos almoçar nos restaurantes recomendados. Só dessa primeira caminhada de duas ruas pequenas eu já comecei a sentir a ambientação de Jeri. Chão de areia fofa, estabelecimentos todos fofos também e muito bem arrumados, limpos e aconchegantes, nenhum poste de luz e um pessoal já bem acostumado com turistas branquelos igual eu.
Passeio de final de tarde no primeiro dia de Jeri: cartão postal, Pedra Furada. Tem várias maneiras de ir, aluguei um cavalo e fui com um guia. Teve gente que foi andando entre as praias, gente que foi de charrete; se informe. Passeio de noite: livre. Foi aí que me apaixonei por Jericoacoara.

No segundo dia fechamos um pacote para passeio de buggy e lagoa… que não consigo lembrar o nome de jeito nenhum… tatu, tutu, tata… alguma coisa assim. Na chegada ao restaurante já reservamos o almoço do dia (não aceitam cartão aqui) e fomos brincar na lagoa. Lugar belíssimo, com passeios de pedalinho e, se não me engano, barco a velas. Voltamos cedo, com tempo suficiente para nadar no mar de Jeri e depois ver o pôr-do-sol da famosa duna. E mais uma caminhada de noite pela graciosa Jeri.

No dia da volta fizemos check-out nas pousadas, condicionamos as malas nos paus-de-arara e fomos à famosa Lagoa Paraíso, outro lugar bem divulgado da região. É realmente linda e aconchegante, nos pés de uma pousada, que gentilmente oferece banho de graça já que dali voltaríamos para Fortaleza.

– Canoa Quebrada

Tá, é famosa, o Faustão esteve lá há pouco tempo, é cenário de filmes e tal, mas eu  não gostei muito. A única coisa que valeu a pena foi o passeio de buggy (opcional) porque as dunas são diferentes em todo lugar. Também tínhamos a opção de jangada, mas só pra quem tem estômago. No de buggy, tinha tirolesa e skibunda levando diretamente pra água, artesanato, turbinas eólicas e uma paisagem lindíssima. Mas o comercial estragou as falésias já que se instalaram bem na frente delas, com aquelas cadeiras amarelas da Skol e música, muito parecido com o estilo de Ubatuba. Esse passeio não recomendo, escolha outro, como Morro Branco com Praia das Fontes.

Aqui, no geral, é chinelo tipo havaianas, a menos que o guia informe antes que deve ir de tênis, portanto leve um, um pacote de bolacha e uma água pequena; muito protetor solar, saída de praia, óculos de sol (ou de grau com transitions, que foi meu caso), chapéu (menos no buggy, que o chapéu voa) e toalha de praia (pegue no hotel ou pousada, na saída para o passeio). Eu também levei uma segunda bolsinha com uma muda de roupas (não usei, mas vai saber?).

Custo e compras

Se for pra comer pão na chapa, fique em casa. Senão, separe cerca de R$1000,00 para se divertir com calma, comprar coisas únicas e comer peixes e lagostas. Leve dinheiro além do cartão para todo lugar que for pois uns aceitam cartão e outros só dinheiro ou cheque. Também leve trocado porque trocar por lá é difícil. Gaste com você, é o melhor que você pode fazer em um lugar desses.

Os hotéis em Fortaleza têm cofre com aluguel de cerca de R$2,00 por dia, e como eu levei meu netbook para fazer as postagens diárias resolvi alugar o cofre. Em Jeri não tem mas também não senti perigo (ainda assim tranquei meu net na mala). Também saí sempre com dinheiro e cartão.

Separe as duas primeiras noites para ir à feirinha de artesanato e olhe bem com calma tudo que tem lá. Em todos os passeios tem sempre alguma coisa para comprar mas praticamente tudo que tem nesses lugares também tem na feirinha e muitas vezes com preços mais acessíveis. As coisas em Jeri são bem caras mas a comida é mais barata. E se olhar bem a feirinha logo no começo pode voltar e comprar depois, nas duas últimas noites antes de ir embora. Fique bem esperto em Fortaleza porque tem muita gente de olho em você: deixe as jóias nos hotéis, leve a bolsa na frente e não caia na lábia dos vendedores que te abordam e colocam as coisas na sua mão.
Um dos melhores programas de Fortaleza é esse, não deixe de ir.

Também de passeio noturno fomos no show de humor (Ceará é famoso por gerar humoristas), pagando R$35,00 com jantar à vontade de massas, pizzas (tinha até pizza de rapadura) e comida regional com camarão (bebidas à parte), em um ambiente bem grande com forró raíz ao vivo. Chorei de rir da Rosicléia, mas não gostei das piadas do Adamastor (muito pesadas e tinha crianças lá).

Conclusão pessoal

Vá.
Como primeira viagem para conhecer um pouco do Ceará, compensa muito. Ir de pacote de viagem acrescenta tranquilidade, então também recomendo, mas por ser uma maratona de passeios você vai deixar muita coisa de lado e pode ter poréns, como eu tive quando não consegui ir para Morro Branco e Praia das Fontes.
Como segunda viagem, pretendo ir por conta, ficar dois dias em Fortaleza para conhecer Morro Branco e Praia das Fontes e mais alguma outra praia das várias opções e também comprar algum artesanato, mas depois terminar a viagem em Jeri. Tem traslado de Jeri do e para o aeroporto em Fortaleza então não é difícil. Fechar pacotes com guias locais é normal, só requer atenção para não ser enganado, então aconselho confiar nas empresas que divulgam seus serviços nos folhetos disponibilizados pelos hotéis ou tomar informação nos próprios hotéis e pousadas. Se vai em baixa temporada fique bem tranquilo quando chegar em Jeri: tem lugar nas pousadas, caminhe e conheça e depois feche um quarto. Se reservar com antecedência eu recomendo Ponta Mar em Fortaleza (se conseguir dormir com ar condicionado barulhento) e Pousada do Norte em Jericoacoara.

Por fim, deixo as fotos do pessoal arretado que conheci e andei junto por lá. Trocamos contatos e quem sabe um dia não nos vemos por aí?

Abraços e até a próxima viagem!

8º dia – Home, sweet home

A minha manhã foi livre, até que chegassem pra me buscar ao meio dia, então consegui dormir um pouquinho mais (não adiantou nada, estou bem um caco agora). Depois do café da manhã fui na cobertura, conferir a piscina, a jacuzzi, a sauna e o espaço fitness. A vista lá de cima é linda e todo aquele clima chique conquista, mas achei a piscina bem pequena pra um cinco estrelas que tem até suíte presidencial. A jacuzzi é maior e mais bonita que no Ponta Mar.

Aeroporto

Fizemos check-in cerca de duas horas antes do vôo. Alguns que passearam comigo todos esses dias também voltaram no mesmo avião, então até na despedida fomos conversando. Eles pedem pro check-in ser bem cedo porque pode encher de gente e se você chega em cima da hora pode correr o risco de perder o vôo. Quando fui escolher a poltrona falei que queria a mesma que eu tinha vindo e o moço me disse que ela é paga (R$30,00), da mesma forma que a primeira fileira, que também tem privilégio no atendimento. Não entendi nada, já que na vinda não me foi cobrado nada… na verdade eu acho que o rapaz não foi com a minha cara porque me deu lugar na última fileira, que não tem poltrona reclinável. Mas pelo bem da ciência, a experiência vale. E chegando na poltrona a TAM deixou fones de ouvido com redutor de ruído de brinde. E deram balinha! Além do lanche. Comecei achando que ia cair do avião da TAM e terminei gostando deles. Parabéns pela conquista dos seus clientes.

Achei super divertido que informaram nas telas a velocidade e altitude: 800km/h, 10km do chão. Se você vai ficar no nervosismo, apague essa informação da sua mente, tome um dramin branco e escolha um lugar que recline a poltrona, longe da janela. Não deixe o seu medo atrapalhar um passeio inesquecível, uma experiência única.

Na volta dei mais sorte que na ida, porque quase não peguei turbulência, mas também algumas foram bem fortes e deu uma má impressão. Mas acho que esse tipo de sentimento é normal, embora eu já tenha ficado mais calma, só que um pouco mais ansiosa.

Ficar na última fileira me garantiu um chá de cadeira até todos retirarem suas bagagens dos compartimentos e saírem… e depois na esteira, foi um pouco confuso achar qual era a do nosso vôo, mas naturalmente eu iria achar. E pra volta amarrei uns saquinhos pra eu poder identificar minha mala com mais facilidade.

Aí depois do vôo mais um tempo de viagem até minha cidade. Pergunte no aeroporto se tem alguma empresa que faz linha direto pra sua cidade, porque muitas fazem.

E cá estou eu, escrevendo-vos da minha casa. Amanhã (ou mais tarde…) eu vou fazer uma postagem em forma de resumo bem objetivo com todas as dicas e vou postar mais umas fotos do pessoal que conheci por lá e que também deixaram saudade. Da próxima vez que eu for pra lá não vou ficar em Fortaleza, vou direto pra Jeri. Algum outro dia eu volto à Fortaleza pra conhecer as outras praias que não fui, como Cumbuco e Morro Branco.

Saudade enorme de Fortaleza, especialmente Jericoacoara.

Fotos do último dia.

5° dia – Mais de Jeri

Cada momento mais apaixonada por essa cidadezinha, que descobri ter cinco mil habitantes. E provavelmente mais do que meia dúzia de ruas, como falei na postagem anterior.

O passeio do dia

Hoje passeamos de buggy, pra variar. Acho que além do jegue esse é o meio de transporte oficial por aqui. Ok, brincadeira, não andam em jegue dessa forma mas usam o bicho pra fazer piada o tempo todo, então entrei no clima.

Percorremos 36km de praias, mangues e dunas. Fizemos um passeio no meio do caminho de jangada pra ver uns cavalos marinhos muito fofos e depois continuamos e fomos parar em uma das muitas lagoas entre dunas. Lá não pega celular, não passa cartão e só tem banheiro civil sem descarga. Mas o restaurante é demais, com o cardápio de peixes ao vivo, mesas e redes dentro da água.

Na volta, passamos por um vilarejo que antes foi soterrado pelas dunas e que hoje se realocou em outro ponto, perto das ruínas do que sobrou (muito pouco). Tem placa vendendo casa lá e o pessoal já começou a me zoar, dizendo que era pra eu já ficar ali mesmo, de tanto que fico falando das qualidades de Jeri.

Pegamos muita chuva já perto de Jeri. Sabia que chuva dói? Tipo assim, aqui venta forte e estávamos de buggy, que atinge 60 km/h. Aí imagina esse vento oposto e a gente sem proteção no buggy. Ah, tirei meu óculos, grudei na toalha junto com as meninas, tampei a cabeça e me curvei de olho fechado ainda, até chegarmos na pousada. Faz parte da aventura.
(Traga bolsas que são resistentes a água para situações como essas, já que o buggy é quase desprotegido.)

Mais de Jeri

Chegamos por volta das 15h, daí tomei um banho e esperei a chuva passar e fui na praia que fica a uns 50m da Pousada do Norte. Não podia deixar de nadar no mar de Jericoacoara. Poucas ondas, áqua quente, raso e quase ninguém. Fiquei uns 40 minutos e aí depois subi a duna do pôr-do-sol, que segundo minha colega paulistana que mencionei na postagem anterior, chega a ter cinco mil pessoas pra ver a queima de fogos no ano novo. Nem consigo imaginar essa situação, muito menos o formigueiro que se instala nas vielas aqui em alta temporada.

Andei pela duna do pôr-do-sol e quando resolvo olhar pro outro lado, quantas outras dunas eu vejo (dã, não sei por que fiquei surpresa… talvez pelo fato de eu ser, bem, urbana). Caminhei por elas só um pouco antes de ficar escuro. Sei que poderia pegar um cavalo e andar livremente por ali. Na próxima.

A noite chegou e eu fiquei o dia inteiro ansiosa pra andar de novo pelo lado boemio da vida. Encontrei a família que tenho acompanhado por aqui no Café Brasil. Conversamos e rimos, depois eles foram embora e eu fiquei por lá. Encontrei uma mulher e ficamos conversando um pouco (ão). Ela se apaixonou tanto por Jeri que vai ficar mais uma semana e está vendo de ficar uns três meses por aqui. Achei ela demais, cheia de energia. E está mais do que certa. Experiências não têm preço e são o que fazem a vida ser vida. Ela me parabenizou por ter vindo sozinha e me elogiou bastante. E realmente não tem por que ter medo, é muito tranquilo fazer pacote com alguma agência e se você é alguém sociável, vai se dar muito bem, tranquilamente.

Fui numa outra lojinha e peguei um guia da cidade com telefones das pousadas e hotéis. Descobri que tem pousadas por menos de R$50,00 a diária em baixa temporada (sem ar condicionado, o que pra muitos, como eu, é um fator determinante na escolha de um local nesse calor). Também peguei a dica de um traslado bem em conta de Fortaleza direto pra cá.

Já eram umas dez da noite e fui em direção ao restaurante da paulistana, já que quando fui ontem, mais cedo, tinha movimento por lá. Aí foi um bom momento de descontração, conversamos um pouco, ela me contou um pouco da vida por aqui. A parte social, pelo visto, é o que não falta, e amizades vêm de todo canto e algumas acabam ficando. Ela também me deu umas dicas locais e já marquei: da próxima vez que eu vier, vai ser por conta, numa boa pousada, com traslado de Fortaleza e em junho, que venta bastante então é mais fresco, tem um movimento maior mas não é lotado e ainda não é alta temporada.

De volta à pousada, na minha última noite em Jericoacoara, meus olhos encheram levemente de água. Jeri conquistou uma parte minha que vou levar pra sempre.

Aproveitem as fotos!